Apesar de ter ficado próxima da média histórica, a quadra chuvosa de 2025 no Ceará foi a mais fraca registrada nos últimos oito anos. Segundo informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o volume total de chuvas acumuladas entre fevereiro e maio foi de 1.046 mm , valor ligeiramente abaixo da média climatológica do período, que é de 1.070 mm .
O resultado representa uma redução significativa em comparação com os últimos anos, especialmente com as temporadas chuvosas de 2022 e 2023, marcadas por índices mais altos de precipitação em várias regiões do estado.
A distribuição das chuvas durante o período foi desigual. As áreas localizadas nas serras de Ibiapaba, Araripe e Borborema foram as que receberam os maiores volumes pluviométricos.
O município de Ubajara , na Serra de Ibiapaba, liderou o ranking com 1.964 mm de chuva acumulada. Em seguida, aparecem Viçosa do Ceará (1.850 mm) e Croatá (1.803 mm) . Na Serra do Araripe, Barroquinha registrou 1.732 mm .
Já na capital cearense, Fortaleza, as chuvas ficaram aquém do esperado. O acumulado registrado no período foi de 740 mm , bem abaixo dos 1.000 mm habitualmente previstos para a região metropolitana.
Um dos fatores apontados pela Funceme para a irregularidade das chuvas foi o atraso na consolidação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), fenômeno atmosférico fundamental para o início efetivo da estação chuvosa no Nordeste brasileiro.
Esse atraso resultou em um começo mais fraco da quadra e em chuvas mal distribuídas ao longo do tempo, com períodos prolongados de seca intercalados com pancadas concentradas em poucas semanas.
O baixo volume de chuvas em algumas regiões comprometeu o desenvolvimento das culturas agrícolas, especialmente no sertão central e no Inhamuns, onde os índices pluviométricos ficaram abaixo do necessário para garantir boas safras.
Além disso, o déficit hídrico afetou o reabastecimento de alguns mananciais menores, embora rios como Jaguaribe, Banabuiú e Acaraú tenham tido bom volume de vazão, graças às chuvas concentradas nas cabeceiras localizadas nas áreas serranas.
EM TEMPO
Com o término da quadra chuvosa, o Ceará entra agora no período de estiagem. A previsão é de temperaturas elevadas e precipitações escassas, características típicas da estação seca no semiárido.
Diante desse cenário, órgãos estaduais reforçam a necessidade de planejamento hídrico e uso consciente dos recursos hídricos, principalmente nas regiões onde os açudes estão com níveis abaixo do ideal.