Os secretários executivos do Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA), Marcos Jacinto, e de Agroecologia e Fomento Produtivo, Irineuda Lopes, realizaram visita técnica na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) e no Projeto Produtivo no Assentamento Santana, em Monsenhor Tabosa, na quarta-feira (4). O equipamento é a primeira experiência de saneamento rural em áreas de reforma agrária do Ceará.
A implantação do sistema de saneamento rural está na fase final de conclusão, detalhou o secretário executivo da SDA, Marcos Jacinto. “Aqui é uma obra muito estratégica para o Governo do Ceará, pois ela representa a primeira experiência de saneamento rural coletivo no Estado. O Assentamento Santana é a primeira comunidade que vai ter o saneamento ligado à produção, inclusive. A ideia é que a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que já está em funcionamento, possa gerar efluente e depois ser utilizado na irrigação de culturas forrageiras, a palma forrageira, capim, gliricídia e outras culturas”, explicou. .
Segundo Jacinto, a perspectiva é ampliar a oferta de forragem para a criação animal, atividade comum dentro da comunidade. “Atualmente, está sendo realizada análise de solo, de águas, e, em seguida, vamos implantar o projeto produtivo no assentamento. De fato, é a implantação do projeto produtivo, uma vez que a obra já está concluída e toda a parte de ligações intradomeciliares”, frisou o secretário.
O presidente da Cooperativa de Produção Agropecuária Águia do Assentamento Santana, no distrito de Barreiros, em Monsenhor Tabosa, agradeceu a parceria do Governo do Ceará e das entidades da sociedade civil. “A gente fica muito grato em receber aqui os técnicos da SDA, da Coágua, do MST e da Secretaria de Agricultura de Monsenhor Tabosa na conclusão desse projeto de saneamento básico e o início do projeto produtivo. Agradecemos a colaboração de todas essas partes para o sucesso do projeto-piloto e a ampliação do projeto de manejo de cultivo de palma, entre outros produtos. O projeto trazido para cá tem trazido saúde para as nossas famílias e mudado a vida delas”, pontuou. Ao todo, 105 famílias são beneficiadas com o saneamento rural.
A secretária de Fomento Produtivo e Agroecologia da SDA, Irineuda Lopes, defendeu a parceria entre as entidades para a continuidade das políticas públicas na região. “Um projeto com essa magnitude, da importância que é para o governo do Estado, para a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, dá certo porque, de fato, tem uma parceria construída aqui com o assentamento, a cooperativa e o próprio Movimento Sem Terra. É uma experiência nova, mas que a gente está aglutinando e trazendo outros parceiros, como a Secretaria de Agricultura do município, que tem também se colocado muita disposição e está sempre disposta ao diálogo”, analisou.
Próximos passos
A participação da comunidade é um dos passos centrais para a gestão do saneamento rural na comunidade, reforçou Marcos Jacinto.
“Hoje fechamos toda a parte da construção. Vamos seguir para os componentes de produção e gestão. Dessa reunião saímos na missão de fazer um desenho do projeto como um todo para a comunidade avaliar e aprovar como deve ficar toda a área que visitamos. Depois da análise será realizado um intercâmbio para a Bahia, uma viagem para que os representantes do assentamento possam conhecer experiências exitosas de saneamento rural e reúso de águas coletivas. Aqui no assentamento temos dialogado a ideia da gestão coletiva em parceria com a SDA e outros parceiros”, finalizou o secretário. A viagem está prevista para outubro deste ano.
Em Tempo
Pioneiro no Ceará e desenvolvido após uma experiência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Hortaliças, o saneamento rural do Assentamento Santana, em Monsenhor Tabosa, é um projeto-piloto com investimento de R$ 1,2 milhão.
Implantado por meio da Coordenadoria do Abastecimento de Água e Esgotamento (Coagua) da SDA, o sistema de saneamento beneficia cerca de 105 famílias. Todas as residências têm ligações domiciliares de água e esgoto.
Este segue para uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), que permitirá o reúso da água para irrigação de forrageiras com produção de reserva alimentar para animais e, em um segundo momento, para irrigação de pomares de frutíferas.