No Ceará, aproximadamente um milhão de pessoas viviam em situação de extrema pobreza em 2022, de acordo com dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (6). Embora a extrema pobreza tenha reduzido 5,9% em comparação ao ano anterior, 9,5% da população cearense ainda sobrevive com menos de R$ 202 por mês, o equivalente a R$ R$ 6,7 por dia.
A realidade seria ainda mais assustadora se não existissem políticas públicas para a distribuição de renda, como o Bolsa Família/Auxílio Brasil. “Em 2022, na hipótese de não existirem os referidos programas sociais no Ceará, a extrema pobreza teria sido cerca de duas vezes maior do que com a existência desses programas”, explica o levantamento.
Para fazer a análise, o Instituto utilizou os parâmetros do Banco Mundial de US$ 2,15 para extrema pobreza e US$ 6,85 para a pobreza, em termos de Poder de Paridade de Compra a preços internacionais de 2017, dentre outras linhas de pobreza utilizadas para diferentes propósitos no país.
O Ceará é o terceiro estado do Brasil com maior contingente de pessoas extremamente pobres, atrás apenas da Bahia (14,80%) e do Maranhão (13,30%). A maior concentração de extrema pobreza no estado está nos municípios do interior, principalmente no Sertão e no Cariri.
Os principais fatores que contribuem para a extrema pobreza no Ceará são a falta de oportunidades de emprego, a desigualdade social, a baixa escolaridade e a falta de acesso aos serviços públicos básicos.
Para combater a extrema pobreza, o governo do Ceará tem implementado uma série de programas sociais, como o Cartão Mais Infância, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e o Programa de Desenvolvimento Sustentável dos Sertões Cearenses (Proserce).
No entanto, ainda há muito a ser feito para garantir que todos os cearenses tenham acesso a uma vida digna.