O anúncio feito pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, sobre a ampliação do prazo máximo de pagamento do crédito consignado para aposentados do INSS e beneficiários do BenefÃcio de Prestação Continuada (BPC) reflete uma tentativa de atender à demanda por maior flexibilidade no acesso ao crédito. A mudança, que estende o prazo de 84 meses (7 anos) para 96 meses (8 anos), pode, de fato, oferecer uma margem maior para que os beneficiários realizem novos empréstimos ou renovem os existentes, reduzindo o valor das parcelas mensais.
No entanto, essa medida também traz à tona preocupações importantes sobre o endividamento dessa parcela da população. O crédito consignado, embora seja uma modalidade com taxas de juros menores em comparação a outras formas de empréstimo, pode levar a um ciclo de dependência financeira, especialmente para aposentados e pensionistas que têm renda fixa e limitada. Com o aumento do prazo de pagamento, há o risco de que os beneficiários se endividem por um perÃodo ainda mais prolongado, comprometendo sua estabilidade financeira no longo prazo.
Os dados do Ministério da Previdência, que apontam mais de 48 milhões de contratos ativos de crédito consignado, mostram a popularidade dessa modalidade, mas também indicam a necessidade de polÃticas que promovam a educação financeira e o uso consciente do crédito. É fundamental que os beneficiários tenham acesso a informações claras sobre os impactos de assumir dÃvidas de longo prazo, especialmente em uma fase da vida em que a renda tende a ser mais estável e limitada.