A bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e três meses, passa bem após ser submetida a um transplante de estômago, fígado, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e um dos rins na última sexta-feira, 10, no Jackson Memorial Hospital, em Miami.
A informação foi confirmada pela mãe da menina, Patrícia de Lacerda, por meio da página oficial no Facebook.
Na última quinta-feira, 09, a família da menina ficou sabendo sobre o possível doador e já prepararam a pequena para a cirurgia que foi bem sucedida.
Veja a postagem da mãe de Sofia no Facebook após a cirurgia:
“A nossa bonequinha está se recuperando, como sabemos o pós operatório é muito delicado e necessita de muitos cuidados e atenção, ela continua entubada e sedada.
A equipe médica, enfermeiros, todos estão sempre atentos à tudo.
Ontem pela a tarde diminuíram um pouco da sedação e nossa bonequinha quis abrir os olhinhos ao ouvir minha voz, conversei com ela, falei do amor que sentimos e que tínhamos conseguido realizar o tão sonhado transplante, que logo ela poderá comer e ter uma vida logo sem fios.
Enquanto conversava ela esboçava alegria, ficou até de perninha para o ar, apertou com tanta força meu dedinho, como se quisesse dizer: “CONSEGUIMOS MAMÃE”, sentir uma sensação tão boa, com a força que ela apertava, chorei de alegria.
Ainda temos muito que enfrentar, é uma montanha russa de sentimentos,mas sempre confiei em Deus, e sei que logo tudo estará bem, logo veremos nossa bonequinha, brincando, comendo e livre, com a graça de Deus, este que tem nos protegido até hoje, que tem feito da vida de Sofia um “milagre”.Peço a todos,de todo coração,que continuem orando por nossa bonequinha,e que ela possa ter uma recuperação tranquila.
Para honra e glória de seu santo nome.”
Bebê sofre da Síndrome de Berdon
Devido à complexidade da síndrome Berdon, os médicos estimaram que Sofia não passaria de um ano de vida. Porém, a menina contrariou as estatísticas e a medicina ao completar o seu primeiro ano no dia 24 de dezembro do ano passado. “Quando temos fé, o impossível não existe. Quando temos perseverança, o impossível é possível. E a Sofia continua lutando com fé. Foi um ano de muitas batalhas, muitas dores, muitos procedimentos, mas ela conseguiu vencer, sempre se manteve forte e com o seu sorriso encantador”, disse Patrícia na época.
Desde que nasceu, no hospital da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior de São Paulo, Sofia nunca esteve na casa dos pais. Ela passou pelo Hospital Samaritano, em Sorocaba (SP) e pelo Hospital das Clínicas de São Paulo (SP). E, neste período, passou por três cirurgias, mas ainda necessitava de atendimento especializado para a síndrome rara e para o transplante multivisceral, que não poderia ser realizado no Brasil.
Por conta disso, Sofia foi transferida, em julho do ano passado, para o Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, especializado nesse tipo de procedimento. Mas isso só foi possível depois de muita luta na Justiça, já que a família da pequena não possui condições financeiras suficientes para arcar com os custos do tratamento fora do país, que está avaliado em R$ 2 milhões.
Em solo americano, Sofia foi incluída na lista de transplante de órgãos e, enquanto aguardava um doador compatível, foi submetida ao um tipo de tratamento específico para a doença, que possibilitou que o bebê pudesse fazer xixi e cocô, o que nunca havia acontecia nos hospitais do Brasil. Além disso, Sofia, que se alimenta apenas por nutrição parenteral – quando uma solução manipulada pelo médico é aplicada diretamente na corrente sanguínea – também pode, enfim, sair do hospital e ir pra “casa”.
(Wilrismar Holanda)