Um levantamento realizado por economistas a partir de declarações do Imposto de Renda revelou que a elite econômica do Ceará detém parte significativa da riqueza estadual. O grupo formado pelo 1% mais rico concentra 21,1% da Renda Disponível Bruta (RDB) do Estado, percentual que coloca o Ceará em segundo lugar entre os estados do Norte e Nordeste, atrás apenas de Pernambuco (22,5%).
De acordo com o estudo, assinado pelos economistas Frederico Nascimento Dutra, Priscila Kaiser Monteiro e Sérgio Wulff Gobett, a renda média anual desse 1% mais rico chega a R$ 570,9 mil. Os dados têm como base as declarações do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) entre os anos de 2017 e 2023.
No recorte ainda mais restrito, referente ao 0,1% mais rico da população cearense, os números impressionam: a renda média ultrapassa R$ 2,5 milhões por ano. Nesse estrato, a concentração é de 9,2% da RDB. Embora menor do que o percentual do grupo mais amplo, esse índice posiciona o Ceará entre os estados com maior desigualdade de renda na região, ocupando a quarta colocação no Norte e Nordeste.
Em comparação com o cenário nacional, os dados reforçam as disparidades regionais. A média brasileira de concentração da renda no 1% mais rico é de 24,3%, acima do índice cearense. Ainda assim, especialistas apontam que o peso dos grandes rendimentos no Ceará mostra como a distribuição da renda permanece desigual, com forte concentração nas camadas de maior poder aquisitivo.
